terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Caminho (parte 1)


No mundo há sempre duas metades de uma mesma coisa, o alfa e o ómega, o yin e o yang, a esquerda ou a direita, o norte ou o sul, o sim e o não, o positivo e o negativo. É assim que se subdividem todas as coisas. O certo e o errado. E em relação aos sentimentos há o amor e o medo.

Os nossos pensamentos estão geralmente num destes lados, quando na verdade o caminho é sempre o mesmo, o espaço é sempre o mesmo e o tempo também é sempre o mesmo. Passo a explicar, porque as palavras podem ser interpretadas de milhares de formas, cada uma delas pode levar a uma interpretação completamente diferente, dependendo de que exemplos utilizamos, que experiências tivemos, que consciência possuímos, que coisas desejamos, que conhecimentos temos sobre as coisas e em última instância da capacidade que temos em nos abrir para uma nova perspectiva ou permanecer agarrados aos que acreditamos ou ao que nos levaram a acreditar.

O caminho não é mais do que aquilo que chamamos de vida, quantas vezes usamos a expressão “é a vida”, se pensarmos bem, ela tem tudo de fatídico como tem de real. É realmente a vida tudo pelo qual “passamos”, apesar de que... - e estranhamente - quando acontece algo que nós desejamos para nós e está dentro das nossas expectativas positivas nós não dizemos “é a vida”! Quando acontece algo que não gostamos tanto assim, e achamos que não podiamos ter feito nada para evitar ou não queremos dar-nos ao trabalho de tentar aí sim, dizemos: 2è a vida"! Mas é sempre a vida, os bons e os maus momentos - pessoalmente acho que só não é a vida, quando estamos parados e paralisados no medo - mas tudo é vida, mais ou memos usada ou desperdiçada! E depois ainda me parece que os bons momentos não têm direito a destaque, não se podem comunicar, nem opinar, são segredos bem guardados, pois alguém nos pode roubá-los.

Há crenças tão ridículas como: “não posso contar às pessoas pois elas vão ter inveja e isso é mau, vai-me trazer desgraça”. Calma! Então tudo o que é “negativo”, por assim dizer - pois nada é verdadeiramente negativo a menos que nós estejamos a considerá-lo de negativo, é uma percepção individual, por vezes generalizada por um grupo maior de pessoas e daí tida como “normal” – pode ser clamado aos céus, mas as coisas boas devem ser escondidas, e nós achamos isso “normal”?

Deve haver algo de um bocadinho irritante nesta definição para cada um de vós, ou não? Não há nada a fazer, é assim e pronto! O que é mau pensa-se, fala-se...o que é bom...guarda-se, secreta-se, esconde-se, como se fosse algo mau...? Algo que não se merece? Algo que "os outros" não podem ter acesso! WTF?

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, mas quando há algumas pessoas a falarem do que é bom e positivo, também acontece que há outras a dizerem que se mete nojo!!!

Lia disse...

Escolhemos ouvir, escolhemos pensar, escolhemos ser. :)Hao que escolhemos e as consequências. Mas tudo passa, e as coisas têm a importância que lhes damos, têm a influência que permitirmos e cada coisa tem o seu contexto.
Erramos, irritamo-nos, sentimo-nos tristes e duvidamos de nós, dos outros e de tudo em geral, faz parte. Mas tudo passa, o mundo continua sempre...a vida também!