domingo, 4 de março de 2012

Poema em Exposição no Perlimpimpim!


 Equinócio

Sinto a brisa do teu toque por entre as breves paisagens do vento.

Ouço o gritar das folhas que caem pelas mudanças do tempo.

Vejo as cores das tuas gargalhadas suprimidas nos recantos do teu olhar, doce, amargo, fútil, sentido, ser…

Longe, encostado, mimado, frio, ter…

Estou tão cansada de ficar parada no silêncio das músicas que enchem o cenário dos momentos fugazes que não voltam mais.

Estou feliz por dançar por meio dos rios e das árvores na alvorada das tardes, aclamando aos prantos o fim do sossego…

Almejo os brancos cisnes, na volta das marés, por entre os lugares insípidos, rastejando, procurando o lugar cravado nas páginas do caminho divino.

Palavras soltas, perdidas, encontram-se no coração de quem luta, na nostalgia do que possa fazer, sofrer, sorrir, chorar e tecer a humilde fronteira entre o que não foi e o que se foi…ou será.

Persistentes audazes, ritmos que pululam, abrindo buracos e rasgos porque se perguntam, porque se pedem, por ser mais do que se espera, por não querer mais do que estar, juntos, amarrotado, suado, enrugado, ao teu lado…


14 de Julho 2011
Otília Trindade Pedrosa

Exposição: Inverno Artistico - com o tema: "Combate o frio com Arte".
Associação A(c)tua Aveiro

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