quarta-feira, 31 de março de 2010

Materialista ou Crente?

Há dois tipos de pessoas, aliás, há muito mais tipos na verdade.
Mas hoje vou falar de um tema em que há dis tipos!

Há as pessoas que têm aquela sensação constante de que haverá alguém para elas, alguém que as prencherá, um género de princesa ou príncipe que lhes afogará as lágrimas (apesar de geralmente provocar muitas também), que lhes fará sentir mais eles/as mesmos/as, que viverão felizes, por um determinado tempo, que mesmo que não seja eterno valerá a pena porque é verdadeiro e se não der certo o verdadeiro há-de vir eventualmente e temos de estar preparados - Este tipo de pessoa, geralmente sofre imenso porque sempre que se apaixona, pensa "é este o/a tal!" e depois repete esta frase pela mesma quantidade de pessoas que se apaixonou desde a sua infância até...sempre!

Depois há outras pessoas que de alguma forma não são tão, ou sequer crentes. Geralmente extremamente práticas e decisivas, saltam de relação em relação com uma estranha mas compreensível frieza, muias vezes trocando intimidade com qualquer coisa que brilhe um pouco, como quem entra num restaurante e come o prato do dia sem sequer olhar para o menu. São pessoas geralmente materialistas e as regras da intimidade são para elas semelhantes às regras do comsumismo..."se pagar tenho direito a", porém sabe-se que na maioria dos casos das compras de hoje, as garantias são poucas, o prazer é subtil e passageiro. Então o que vale a pena é a troca constante e não a manutenção de apenas um/a!

Há ainda pessoas que não sabem bem de que tipo são...oscilando entre um e outro consoante a quantidade de dor, consoante a quantidade de prazer...Dor e prazer, sempre tão próximos, sempre confundindo as nossas pequenas e frágeis mentes.

Materialista ou Crente? Eis uma boa questão!

5 comentários:

Lipe disse...

Acho que esses 2 tipos de pessoas são realmente a maioria das pessoas... mas o problema desses 2 tipos é que encaram o problema do amor como uma questão de se ser amado, e não da capacidade de amar. O problema do amor é um problema de uma faculdade e não de um objecto, e só uma minoria muito pequena das pessoas, que são o outro tipo que não incluíste e no qual eu também não me incluo, é que percebe realmente isso! As pessoas pensam que é fácil amar, o que é difícil é encontrar o objecto de amor certo! Nada mais errado...
E numa cultura consumista como a nossa, as relações amorosas seguem naturalmente os mesmos princípios do mercado comercial e do mercado de trabalho... cada um tenta fazer o melhor negócio possível! E neste ambiente, as pessoas acabam por dar mais importância a outras coisas do que ao amor: sucesso, dinheiro, prestígio, poder... quase toda a nossa energia é concentrada em atingir esses objectivos e depois não admira que as relações fracassem e as pessoas não saibam amar.. ou cultivar a arte de amar!

(pode parecer que estou mt inspirado mas isto tá tudo no livro do Erich Fromm que eu ando a (re)ler! :p)

Lia disse...

Haaa sim senhor! :) Concordo com o Fromm. Podemos ter a melhor e mais bonita das flores mesmo à nossa frente, mas sem a capacidade de a admirar nunca vamos valorizá-la! Capacidade de fazer, se sentir, de lutar! Capacidades...remete para algo muito interior.

No outro dia estava a falar com alguém que me dizia algo do género: amar alguém depende muito do que sentimos dentro de nós, de estarmos bem conosco próprios, de haver algo que nos diz por dentro que está certo, estamos certos, estamos bem. E essa sensação seria essencial para amar, para ter a capacidade de amar, ou pelo menos que esse amor funcione...seja visto, seja cultivado.

Penso que essa capacidade passa talvez por aí, por essa sensação de se estar bem, se se ser si mesmo, de se como diz o senhor Filipe ou o Fromm não sei já: "cultivar a arte de amar"!

Não me incluo em nenhum, mas em todos os tipos. Depende dos dias!Heheh!

Acho que é bom andarmos pelo menos conscientes e a tentar aprender essa arte...tudo vem com o aprendizado, se estivermos abertos a seguir em frente, perdoando os erros e aprendendo com eles, evoluimos e é isso que importa!

Marisa disse...

Discordo quando se diz k o amor é um problema! Amar alguém é algo tão bom...vale sempre a pena, mesmo quando acabamos por sair magoados... :)

Lipe disse...

Não há mal nenhum em dizer que o amor é um problema... problema no sentido de ser a questão que se está a discutir!..
Mas se entendes à letra o amor como um problema também é fácil resolvê-lo!.. é só amar! ;)

Marisa disse...

Não é um problema, mas pode se tornar num bem grande!