quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pequena História

No outro dia reparei que nunca, jamais, em toda a história deste género de espasmólogo de pesnamentos - meus - eu falei de algo tão simples e normal que é, o meu trabalho. Pois é. Nunca!

Olhando para as etiquetas possíveis encontramos: declarações, devaneios, poesia, sociologia, viagens, lições de vida, etc. etc. E não encontramos nada relacionado com aquilo que sócio-profissionalmente eu sou.

Isto deve querer dizer algo de fenomenal e fantástico. Porém vou cingir-me a uma expressão aprendida hoje: sou anormal!

Normalmente uma pessoa é uma coisa, mas as pessoas anormais são muitas e geralmente estão sempre a mudar. É como diz o outro: idiotas são um conjunto de pessoas com ideias. Eu diria que somos uns ideiótas!

A história da vida das pessoas é algo que ninguém se interessa muito. Geralmente, é um conjunto de baboseiras sobre as dificuldades da vida, os feitos sociais, académicos e profissionais e pouco mais.

Uma pessoa não se mede pela quantidade de coisas, sejam quais forem as coisas, mas sim pelas suas histórias de vida, aquelas até pequenas às vezes outras gigantescas em que tomamos desisões ou nos colocamos em certas posições por escolha própria. Na forma como lidamos com as dificuldades, e não nas ditas cujas em si, aí é que está a essência da pessoa.

Vou contar uma dessas histórias que me aconteceu e mais uma vez não tem nada a ver com o que faço profissionalmente e na vida todos os dias, tem a ver com essa questão do que damos ou não imprtância quando olhamos o mundo:

Uma certa vez, em Dublin, mais precisamente Howth, junto ao mar, com um copo de vinho tinto italiano na mão, numa esplanada sentada, sozinha, sonhando, estava eu.

Quando um senhor de barbas brancas, cabelo grizalho e bóina à navegador da vida se aproxima de mim e pergunta: "porque é que estás aqui!?" Eu, gaguejando metade do vinho entre a língua e a laringe respondo que estou "on vacation" (tradução: de férias).

O senhor todo vestido de preto, com um manto até aos pés a cobrir-lhe o corpo e um ar muito intrigado e sério inunda-me com mais perguntas, quase como se cada resposta minha fosse ir tricotando um novelo de lã amarranhado, numa belíssima camisola ou um cachecol, ou qualquer coisa assim, com sentido.

"O que te levou a estar aqui, sentada nesta mesa, sozinha?" - "Quem são os teus pais? Onde nasceste? Por onde andaste até chegar aqui?" - "Onde estão os teus amigos?" - "Conta-me a tua História" - dizia o senhor poeta, que se foi tão depressa quanto chegou!

Parecia a voz da minha própria consciência, personificada numa pele, numa carne, numa voz, num olhar confuso e curioso.

Foi um momento mágico. Estará sempre presente na minha história. É parte de mim. Construiu-me. Tal como me constrói cada um dos momentos que passam e passam sem cessar. Tudo, tudo é importante. O que se vive, o que pensa, o que se fala e o que se silencia...muitas vezes até mais!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

És bom ou mau?

O mais incrível é que geralmente não nos apercebemos a quantidade de vezes que durante apenas um dia conseguimos fazer a tentativa de distinção entre o que está certo e o que está errado, o que é bom do que é mau!

Tenta-se definir (julgar/achar/criticar/opinar) bom e mau como se os conceitos de bom e mau pudessem sequer existir de forma linear! É algo enrraizado desde bebés, "não faças isto, isso é mau" "não mexas, está errado!" "não chores, assim és feio" "pára de rir, pára de chorar, pára de cantar, pára de saltar, não cheires, não metas na boca, não faças barulho, não não não!" Decidam-se,,,acho que, ao todo, tudo foi - pelo menos um dia - mau!

Crescemos a saber que: há as coisas que são boas; e há, as coisas que são más. Não precisamos de explicações. É e pronto. Foi-nos dito. Foi estabelecido à priori da nossa existência. Quem somos nós, para saber, para entender, sequer para perguntar. E assim, aos poucos fomos-nos habituando a este ciclo. É dito que é bom ou mau, sem grandes explicações e deixamos de pensar sequer nessas exlicações, pois nunca existiram desde pequenos.

Aliás, pensar dá trabalho, custa, é chato! Os pais que tivemos fartaram-se de tentar perguntar e chegou a determinada altura e não perguntaram mais, aceitaram. Esses também tiveram outros pais, os avós dos pais, e esses já foram ensinados assim e também quiseram um dia saber o porquê das coisas, mas era chato explicar, pensar, e nem sabiam, porque também não tiveram uma explicação, por isso, é assim e porquê? Ninguém sabe!

Pensar na origem de tudo, na filosofia de todas as coisas...pôr tudo em causa e entender afinal, se realmente achamos determinada coisa boa ou má, se consideramos que algo é verdadeiramente certo ou errado para nós, pela nossa cabeça...uiii esquece! Too much work!

Tá dito, tá feito, tá decidido. E se tiver dúvidas pergunto a alguém que saiba mais do que eu. Porque afinal, que sei eu? Tudo me foi ensinado...nasci uma tela em branco. Sem capacidade de raciocínio ou qualquer noção de certo ou errado, quem me ensinou decerto estava certo! E mesmo que não esteja, pensar nisso é uma chatice tãoooo grande...Iria provocar a irra e o caos pensar e afirmar-me como cabeça pensante.

Pessoa que sabe o que quer, pessoa que se questiona sobre o bom e o mau, o certo e o errado. O melhor é fazer como sempre se fez. O bom é o que mais me convém e aos outros. O mau é o que não convém e...bem aqui os outros já não interessa! Hehheeh, há que ser esperto! Muito esperto, não é preciso pensar muito, imitamos quem tem tudo, quem tem mais coisas...sim isso!

Queremos ir por ali...haaaa é bom ou mau? Para quem? Para mim claro!

 Aconteceu algo que doeu, a culpa é nossa, somos maus. Só aos maus acontecem coisas más. Claro!

Simples, assim o mundo fica simples...um mundano caos-paranóico! Mas é assim que sempre se fez...


quarta-feira, 2 de maio de 2012

É?

É possível viver uma relação harmoniosa, equilibrada, feliz, que conduza ao amadurecimento de ambos e à satisfação de compartilhar um sentimento verdadeiro e recíproco.