quarta-feira, 28 de maio de 2014

Dizer SIM 1º a TUDO!

A revolução da comunicação transformou-se em mais comodismo silencioso!

Existiu uma altura em que a comunicação era escassa e então os primeiros telemóveis eram por isso muito importantes!

Rapidamente, diria até demasiado rápido, a vontade de receber uma mensagem e a sensação de coração a disparar ao ouvir aquele sonzinho trim trim, ou piii piii, nada nos irritava, mas sim, nos levava ao céu.

O saldo ia rapidamente embora, então cada mensagem ou conversa era bem pensada, articulada e muitas vezes apagada e rescrita várias vezes até ficar perfeita, pequena, mas com tudo explícito que queríamos dizer!

Hoje, com tantas formas de comunicar, nunca se comunicou tão pouco. As pessoas sabem do que fizemos antes de lhes contarmos, contamos algo entusiasmados a um amigo e ele responde secamente "já sabia". Já nada parece ter a mesma importância. Um "olá" é ignorado, sem se sentir aquela sensação de outrora "lembrou-se de mim, que delícia, que bom..."

As mensagens são cada vez mais curtas, uma palavra é substituída por um desenho ou um símbolo, os sentimentos são descritos por carinhas amarelas, sem qualquer explicação, os nossos mais profundos segredos e sentimentos enterram-se cada vez mais dando lugar ao que é superficial. Os nossos objectivos continuam a ser postos de lado e vemos tudo a acontecer, agora não pela janela, mas pelo monitor.

Mas continuamos um povo acomodado, continuamos a achar que os outros não são importantes, que cada um se desenvencilha sozinho, que temos de lutar por nós mesmos isolados do mundo, cada vez mais isolados e individualistas, como outrora, só frases feitas, sem coerência nas nossas acções, continuamos a dizer que somos os maiores e depois a cada desafio, travar com uma desculpa qualquer baseada no medo.

Continuamos a achar que esta forma de vida "tem de ser", como se a vida "fosse mesmo assim", cada oportunidade de falar com alguém, se baseia no "não", ou "não atendemos" ou "não respondemos" ou a cada pergunta ou desafio dizemos "não", a qualquer hipótese de mudança o "não" contínua garantido nas nossas mentes e nas nossas vidas.

Tudo de bom, tudo de maravilhoso, que tínhamos e que temos agora, só vai ser verdadeiramente aproveitado, quando o SIM for garantido, e depois de observado, conversado, analisado, aprendido e desmistificado, ser decidido, dizer "afinal não", ou entusiasmadamente continuar com o "sim"!