segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mudanças de Títulos

Esta coisa de intitular as coisas, dar-lhes nomes, é algo importante e muito oportuno.

Este blog começou por se chamar ..."a menina das teorias"

Passou passados alguns anos a se chamar..."a menina das pseudocertezas"

E de momento passados mais outros tantos ou mais anos passei-o finalmente para onde eu queria que ele estivesse, pois era este o título que lhe queria dar desde os meus primórdios 15 ou 16 anos de vida.

Mas tive de esperar.

Mas não esperei sentada.

Esperei sentada só quando estava a escrever nele vá.

Mas nem é uma espera. É uma acção em andamento, uma constante busca.

E se todos o fizessem? E se todos buscassem ser pessoas melhores, todos os dias?

Teríamos nós um mundo melhor, do que com os pensamentos presentes nas mentes da maioria hoje em dia.

Hoje define-se um marco de quem deixa de duvidar dela mesma.

Definiu-se uma larva que se transforma finalmente, após anos de crescimento numa borboleta.

Não se vê nada por fora, não esperemos ver uma transformação enorme, de repente vou aparecer de cabelo pintado de vermelho vivo, qual apresentação de x factor super transformada.

Pessoal...? Quando se aperceberão que tudo o que é importante, acontece por dentro???

"É preciso desabafar, chorar, esvaziar o sentimento"

Dizem os psicanalistas e terapeutas de todo o género que estudam o cérebro humano e (indirectamente) o coração, que para ser saudável por dentro, temos de esvaziar o que lá está dentro.

Mas não afirmam como isso se faz. Como quebrar as barreiras construídas por anos e anos, muro atrás de muro, atrás de selva cheia de picos.

Simples, usando a melhor arma que «Deus» nos deu...a boca.

Pois é simples, mas nada fácil. Temos de nos tornar vulneráveis, aceitar que somos humanos, que na verdade não controlamos nada e continuamos no fundo a ser bebés acabamos de sair do ventre, aflitos por voltar para aquele lugar aconchegado, protegido, seguro e onde é impossível nos fazerem mal, não sofremos desgostos, onde não existem expectativas, nem outras pessoas (tirando os gémeos,  que explica muita coisa em mim) para nos roubar, enganar, ludibriar, mentir...trair.

Quem vai admitir, homem, mulher feita. Que às vezes nada de bom sai de suas acções porque se colocam num estado mental embrionário, é muito mais fácil culpar o mundo e os outros.

Permanecer ali naquele estado vegetativo de feto, mentalmente, ajuda a superar todo o mal do mundo. Também faz com que o corpo se mova, mas por dentro tudo seja oco. Máquinas ambulantes sem capacidade de dar de si, a menos que lhes seja pedido e mecanicamente se movimentam e fazem o esperado. Máquinas, perfeitas criadas da comunidade. Tudo é sim, Tudo é feito sem ser discutido. Tudo preparado sem sentir quase nada...Só assim alguma coisa inexplicável lá no intimo que até parecia bom.

Os sentimentos todos encapuçados dentro de uma redoma quente e protegida. Porquê falar? Se falar, é abrir uma brecha nessa redoma e daí vai entrar o que estamos a tentar fugir...E pior! Temos receio que vá começar a brotar tudo o que se tem vindo a arrumar ali, como se o liquido translúcido que inicialmente continha se tivesse transformado num viscoso e escuro fluído, cheio de tudo, tudo o que não dissemos, não enfrentamos, não choramos, nunca deixamos sair de dentro de nós pensando que esse seria o melhor a fazer ou se resolveria fingindo que nada aconteceu.

É assim que imagino a mente (ou há quem lhe chame coração) de muitas pessoas.
É isso que faz o medo às pessoas.

Isso não é viver...é sobreviver inerte e sem qualquer piada.