quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dias calmamente agitados...

O tema central deste blog é a Vida.
E perguntam vocês porquê? Eu é que pergunto...
É simples...ela é a coisa mais fundamental que vale a pena comentar!
A vida engloba tudo.
E a minha vida implica tanta mudança, tanta incerteza, tanta adaptação e transformação...
É do que posso falar, da minha vida...
De como a quero viver, dos valores, das ideias.
Posso ser um exemplo...de loucura talvez!
Sou um estado, e não algo concreto.
Adaptável...em constante conquista!

Tomo decisões baseada em instintos.
Sou um ser lutador e corajosa...
É dificil imaginar ser assim sempre...
Vivo a vida com nós no estômago...por vezes sobem à garganta e repousam finalmente nos meus olhos...desatados em lágrimas, ora de felicidade, ora de dor!

Sou louca, porque não sou normal, comum.
Vivo para dar de mim, ajudar!
Quando preciso de energia, eis que aparece alguém para eu dar a mão...um empurrão!
São as pequenas coisas que me trazem brilho á alma...
Um olhar, um abraço, um sorriso...uma palavra meiga.

Complexa, amedroantada, confusa, um paradoxo em si mesmo,
deve ser do signo...ser gémeos acarreta certas responsabilidades.
Querer a felicidade todos os dias, também!

terça-feira, 14 de junho de 2011

"O Paradoxo do nosso tempo"

"Hoje temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos...

Temos auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos...

Gastamos mais, mas temos menos...

Compramos mais, mas desfrutamos menos...

Temos casas maiores e famílias menores...

Temos mais conhecimento e menos poder de julgamento...

Temos mais medicina e menos saúde...

Hoje bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma excessiva, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente...

Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais...

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores...

Falamos demais, amamos raramente e odiamos com freqüência...

Aprendemos a ganhar a vida, mas não vivemos essa vida...

Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores...

Limpamos o ar, mas poluímos a alma...

Escrevemos mais, mas aprendemos menos...

Planejamos mais, mas realizamos menos...

Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência...

Temos maiores rendimentos, mas menos padrão moral...

Temos avanços na quantidade, mas não na qualidade...

Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta..

De homens altos e caráter baixo..

De lucros expressivos mas relacionamentos rasos...

Mais lazer, mas menos diversão..

Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição...

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável e pílulas que fazem tudo: alegrar, aquietar, matar... "

Autor desconhecido.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

14!

O Estado das Coisas!

Estou desempregada.
Depois de 1 ano e 4 meses a dedicar-me de forma fervorosa a uma empresa chamada Fit&Fun, Fitness and Welness Centers.
Logo que entrei nesta "casa", foram-me prometidas recompensações pelo meu trabalho árduo e empenhado. Foi-me pedido para ser sempre humilde, pois com esta e a dedicação chegaria longe. Depois de 5 meses de demonstração de trabalho e dedicação, muitas vezes das 7h da manhã às 22h da noite, tornei-me coordenadora da Sala de Exercício e comecei a ouvir falar em liderança de equipa e as minhas responsabilidades aumentaram, para manutenção do material, organização de todo o material necessário e resolção de problemas.
Pela minha total dedicação e por me ter sido já prometido o tão esperado "contrato de 20h semanais" sendo que só PT's e Aulas de Grupo seriam sempre pagos a recibos verdes, continuei a minha vida, esperando que as coisas melhorassem a cada mês.
Sei que não devia ter sido tão ongénua, mas esperando que o sontrato viesse, não tirei férias, mantive-me no ginásio sem parar, sem folgar e ainda a estudar a fazer um mestrado em Coimbra, esperançosa que a qualquer momento o contrato prometido viria e pudesse acabar de pagar as propinas e ao Estado.
O Governo apertou-nos os cintos e em Novembro de 2010 o "chef" diz-nos que em princípio em Janeiro teremos um IVA de 23% ao invés dos anteriores 6% sobre as mensalidades dos clientes do ginásio.
A possibilidade de um contrato neste momento era menor ainda, e as contas eram mais que muitas. No Natal, mês de levar o carro á inspecção, de pagar o selo e de prendas, trabalhei menos 12 dias derivado aos feriados...e recebi esses mesmos 12 dias a menos...ficando endividada até Abril, para recuperar, e tendo de poupar no carro pois não sobrava, para todas as contas, deixei-o na garagem e ali está até hoje.
Comprei algumas prendas de valor simbólico á familia, sorri, continuei a trabalhar, continuei a lutar.
Apanhei uma multa de 120€ no final de Janeiro. Parece que o carro estava mesmo a estorvar!...
Em finais de Abril tive de ir desvitalizar um dente...fiquei uma semana em casa sem poder trabalhar doente...não recebi obviamente essa semana. E tive mais gastos.
No final de Maio é altura de fazer o IRS, e vou ter de pagar quase 500€, porque recebo a recibos verdes, o que significa que sou uma empresa...desconto 29% para a Segurança Social e ainda faço 23.4% de retenção na Fonte. Sim...é metade do que ganho e suo...que já é pouco, para o Estado.
O estado por esses quase 50% de descontos que faço diz-me que: não tenho direito a baixa, não tenho direito a férias, nem subsídio de alimentação, nem subsídio de férias, nem qualquer moedinha a mais do que cada hora que trabalho (e as horas extra nunca, jamais as virei a serem recompensadas).
O Estado diz-me..."minha menina podem-te mandar embora amanhã...sem justa causa, sem recompensações, sem pré-aviso, e sem dizer quando exactamente te pagarão o que já trabalhaste até então". O Estado diz ainda que apesar desses descontos todos, que são suados em trabalho da pessoa num lugar onde já é explorado com trabalhos e responsabilidades a mais da conta, que deve realizar para merecer o lugar e o salário que possui que já é muito bom, pode ser mandado embora e não vai ter qualquer subsídio de desemprego, porque afinal...eras empresa de ti mesma! Desenrasca-te.
Ser licenciada não vale nada hoje neste país...existe uma tabela de conversão do salário mínimo para cada escalão de escolaridade, mas ninguém quer saber disso...
Enfrentei o meu patrão e disse-lhe: "não posso passar mais nenhum recibo verde, desculpa, mas não posso, temos de chegar a um acordo".
E a proposta que me fez foi: ordenado mínimo (485€ - Irs (10.5%)-430€, prometendo que me pagaria o subsídio de alimentação que é cerca de 90€ mais o 13º e 14º mês ao longo do ano que seria cerca de 80€ por mês...logo seria um salário mensal de cerca de 600€. Em troca de 40 horas semanais...tudo o que faço hoje, mais 5h por semana.
Obviamente que um ordenado mínimo é longe do que mereço, mas posto isto de parte, quem sobrevive com um ordenado mínimo sozinho? E se tiver de ir tratar de um dente? E se precisar de comprar um edredão? Uma cama nova? Se quiser por de parte para o futuro? Se precisar de ajudar alguém ao meu lado? Não sobraria nada...E faltaria! Não conseguiria sustentar-me, uma casa e um carro, é impensável.
Teria de fazer muitos sacrifícios e mesmo assim, chegaria ao natal e voltaria a não poder comprar prendas, teria de continuar a fazer sacrifícios...E teria de trabalhar mais ainda, sabendo todos os meus amigos, que me esforço tanto, que me dedico tanto, que resolvo problemas de toda a ordem na empresa, que sorrio todos os dias para a vida, e para os sócios, animo-os, sou uma boa profissional, raramente me queixo, jamais faço intrigas, provoco problemas com os colegas ou erro de forma crassa. Sabendo que organizo eventos de graça, publicito o ginásio diáriamente, esforço-me para que haja retenção e compromisso dos clientes, vendo diáriamente apesar de estar apenas 1 ou 2 horas na zona de vendas e recepção.
Um ordenado mínimo...para trabalhar muitas vezes das 9h da manhã, ás 22h30 da noite, mais fins de semana e feriados. Sem folgas...sem hipótese de conseguir ganhar mais a fazer outras tarefas ou tendo um 2º trabalho.
Será que deveria agradecer? Será que deveria rir? Ou chorar??
Sinceramente senti-me ofendida.
Porque não é pelo valor que possuo...não é pelo que me dediquei. Não é pela arrogãncia nem mesmo pelo orgulho.
Recuso, porque é uma completa falta de bom senso, fazer uma proposta destas!
O tempo da escravidão...já era.
E eu não fiz mal nenhum a ninguém, para ter de carregar uma cruz destas.
Para me sujeitar a esta falta de humanidade.
Eu luto todos os dias, dando esperança ás pessoas de dias melhores, de recompensas no futuro, de fé, de luta! Recompensa não baixar os braços...é o que afirmo todos os dias às pessoas que procuram no ginásio um alento, uma luz, um bem-estar, um mundo bonito diferente do que existe nos seus trabalhos também cheios de problemas.
E se eu afirmo isso. Tenho de viver isso.
Mostrar o exemplo disso.
Porque senão...de nada valem as minhas palavras.
E são apenas palavras...
Somos o que fazemos, e não o que dizemos!
Mais do que nunca, vi isso! Sinto isso!
Estou desempregada.
Começar do zero não me assusta...mais me assusta este mundo cruel e ganacioso!